Aprendemos que o "onde", "porque", "como", "o quê", "quando", tem que ser explicado aos leitores. Então, o que é o Gonzojornalismo? Como ele surgiu? Aonde ele começou? Quando que ele começou a fazer parte da história do jornalismo?
Tudo começou com o jornalista norte-americano Hunther S. Thompson, quando recebeu uma pauta para cobrir uma corrida no deserto, dada pela revista Rolling Stone. O texto se chamava "Fear and Loathing in Las Vegas" (Medo e Delírio em Las Vegas), lançado aqui no Brasil em 1984 como “Las Vegas na Cabeça” pela editora Anima. Mas o jornalista Thompson não fez o combinado, muito pelo contrário, ele destruiu o hotel em que estava hospedado, gastou todo o seu dinheiro com drogas, fez enormes dívidas e depois fugiu sem pagar nada. No final das contas, em vez de ele escrever a matéria, ele descreveu o ambiente pelo seu ponto de vista e assim se tornou o originador do novo jornalismo.
A palavra “gonzo” vem de um repórter do Boston Sunday Globe, chamado Bill Cardoso, que disse que “gonzo” era uma gíria irlandesa para apontar o último homem de pé após um jogo de quem bebe mais.
Resumindo: Gonzo é um estilo de narrativa em jornalismo, em que o narrador abandona qualquer tipo de objetividade e se mistura profundamente com a ação.
O Gonzojornalismo, também chamado de Jornalismo Gonzo é uma forma de jornalismo em que o autor não trata com seriedade a noticia em questão e tem total parcialidade, quebrando assim todas as regras básicas do jornalismo que tanto ouvimos falar. Esse tipo de jornalismo atinge em grande parte os jovens, porque gostam da maneira em que as matérias são feitas.
Mas não tem como falar de Gonzojornalismo sem falar do Novo Jornalismo.
Na década de 60, surgiu, nos Estados Unidos, o Novo Jornalismo. Tom Wolfe, Gay Talese e Norman Mailer participaram do movimento, mas tiveram como seu verdadeiro originador Truman Capote, em 1956. É um gênero jornalístico, no qual tem como característica misturar a literatura com a narrativa jornalística.
Talese define dessa forma o New Journalism: "O novo Jornalismo, embora possa ser lido como ficção, não é ficção. É, ou deveria ser, tão verídico, como a mais exata das reportagens, buscando embora uma verdade mais ampla que a possível através da mera compilação de fatos comprováveis, o uso de citações, a adesão ao rígido estilo mais antigo. O novo jornalismo permite, na verdade exige, uma abordagem mais imaginativa da reportagem e consente que o escritor se intrometa na narrativa se o desejar, conforme acontece com frequência, ou que assuma o papel de observador imparcial, como fazem outros, eu inclusive”.
As pessoas naquela época tinham grandes frustrações quando tentavam juntar o jornalismo com a literatura. Até que de uma forma acidental e não tendenciosa surgiu o New Journalism, quando Trumam Capote foi fazer uma reportagem para a revista The New Yorker intitulada “O duque em seus domínios”. Na verdade, tudo que Trumam queria era que o leitor visse que o jornalista não só observa e escreve, mas que ele pode fazer parte da narrativa sem alterar a realidade da notícia.
Gonzojornalismo, o filho mais novo do Novo Jornalismo, mesmo que não se fale muito dele nos dias atuais, ele sempre fez parte da história do jornalismo de uma maneira indireta ou não, e influencia as narrativas jornalísticas até hoje.
Por Jéssica Alves
Fonte:
http://www.criticaecompanhia.com/allan.htm
http://i157.photobucket.com/albums/t56/desenholegal/Tunel%20do%20Tempo/Hunter_S__Thompson_by_Cloxboy.jpg
Achei mutio interessante esse post.
ResponderExcluirFalar do gonzo sem falar do novo jornalismo realmente não dá. O texto ficou bem elborado com a comparação entre os dois assuntos; um complementando o outro. Muito bem.
Gostei muito do texto tambem!!! Foi abrangente, detalhado e ao mesmo tempo objetivo, além de ter uma linguagem simples onde qualquer pessoa que o ler vai conseguir entender.
ResponderExcluirMuito bom, Parabéns.