Há no jornalismo alguns artifícios que caracterizam uma boa notícia, como o ineditismo, o interesse e o apelo. Só que podemos notar que as notícias sobre violência têm se transformado em um espetáculo lucrativo para os meios de comunicação, que acabam “exagerando” no conteúdo e mostrando informações desnecessárias e inconvenientes.
Na informação existe uma linha que separa o fato e o sensacionalismo. Muitos meios de comunicação, com destaque para a televisão, mostram notícias sobre violência como forma de ganhar dinheiro, ou seja, usam de algum “componente” do fato, para escandalizar e ganhar ibope. E é por causa da batalha existente entre as emissoras de tv que a qualidade da informação tem ficado com níveis cada vez mais baixos. Muitas vezes, o foco muda para o escândalo que a mídia encontra e vai além do necessário.
Alguns dizem que “o instinto humano é dado pela tragédia” e talvez isso seja mesmo verdade. Se não fosse, não haveria tanto sensacionalismo. Mas de quem é a culpa? Da mídia, que usa o poder que tem para mudar o enfoque da notícia e mostrar ao público o que ele realmente quer ver, ou do público, que muitas vezes se esquece do foco da notícia e se interessa mais pelo o que está sendo escandalizado?
Dráuzio Varella, em seu site, diz que essa questão da violência na tv é mais antiga do que imaginamos. Segundo ele, a discussão surgiu no final da década de 1940, quando a televisão começou a fazer parte das casas norte-americanas. Diz ainda que a autoridade máxima de saúde pública dos EUA (Surgeon General) já afirmava em comunicados que “a violência na tv tem efeitos adversos em certos membros da sociedade” e, pela acessibilidade da televisão, o público infantil é o mais vulnerável a ter o comportamento alterado, isso porque sua personalidade está em formação. Mas não são apenas as crianças que sofrem influência da violência na mídia. Em 1975, pesquisadores iniciaram um estudo, no qual acompanharam 707 famílias durante 25 anos. A conclusão: em adultos que viam mais de 3 horas de tv por dia, a probabilidade de praticar atos violentos aumentou 5 vezes em relação àqueles que assistiam menos de uma hora por dia. Essa pesquisa foi importante não só devido ao grande número de famílias pesquisadas, mas por ter sido a primeira prova concreta de que a violência na mídia não afeta somente crianças.
Na nossa constituição há um capítulo próprio e exclusivo sobre a mídia; o qual fala que é livre qualquer forma de manifestação do pensamento por qualquer veículo. Mas também diz que cabe à lei federal defender o telespectador de programas que contrariem os seus princípios. Hoje em dia, há uma mobilização maior da população pelo fim do que podemos chamar de baixaria na tv como ações judiciais e ONGs que buscam melhorar a qualidade da programação. Mas ainda não há um debate intenso sobre esse assunto no Brasil.
Acreditamos que há uma linha limite para que o jornalismo mostre apenas o que pode ser mostrado. Como disse o psicanalista Jorge Forbes, que analisou a posição da imprensa no caso Eloá, “querer ver mais, querer ver além da cena, não significa mostrar mais verdade, isso pode até chegar a ser obsceno, há um exagero claro nisso”.
Por tudo isso, concluímos que a relação entre mídia e violência é muito delicada. Vivemos numa época extremamente violenta, e em uma mídia que não se equilibra, que fica, na maioria das vezes, caindo para o sensacionalismo do fato. Infelizmente, ao abrir o jornal, ligar o rádio, a televisão, ou até mesmo na internet, nota-se que a violência na mídia deixou de ser informação e tornou-se lucro.
Na informação existe uma linha que separa o fato e o sensacionalismo. Muitos meios de comunicação, com destaque para a televisão, mostram notícias sobre violência como forma de ganhar dinheiro, ou seja, usam de algum “componente” do fato, para escandalizar e ganhar ibope. E é por causa da batalha existente entre as emissoras de tv que a qualidade da informação tem ficado com níveis cada vez mais baixos. Muitas vezes, o foco muda para o escândalo que a mídia encontra e vai além do necessário.
Alguns dizem que “o instinto humano é dado pela tragédia” e talvez isso seja mesmo verdade. Se não fosse, não haveria tanto sensacionalismo. Mas de quem é a culpa? Da mídia, que usa o poder que tem para mudar o enfoque da notícia e mostrar ao público o que ele realmente quer ver, ou do público, que muitas vezes se esquece do foco da notícia e se interessa mais pelo o que está sendo escandalizado?
Dráuzio Varella, em seu site, diz que essa questão da violência na tv é mais antiga do que imaginamos. Segundo ele, a discussão surgiu no final da década de 1940, quando a televisão começou a fazer parte das casas norte-americanas. Diz ainda que a autoridade máxima de saúde pública dos EUA (Surgeon General) já afirmava em comunicados que “a violência na tv tem efeitos adversos em certos membros da sociedade” e, pela acessibilidade da televisão, o público infantil é o mais vulnerável a ter o comportamento alterado, isso porque sua personalidade está em formação. Mas não são apenas as crianças que sofrem influência da violência na mídia. Em 1975, pesquisadores iniciaram um estudo, no qual acompanharam 707 famílias durante 25 anos. A conclusão: em adultos que viam mais de 3 horas de tv por dia, a probabilidade de praticar atos violentos aumentou 5 vezes em relação àqueles que assistiam menos de uma hora por dia. Essa pesquisa foi importante não só devido ao grande número de famílias pesquisadas, mas por ter sido a primeira prova concreta de que a violência na mídia não afeta somente crianças.
Na nossa constituição há um capítulo próprio e exclusivo sobre a mídia; o qual fala que é livre qualquer forma de manifestação do pensamento por qualquer veículo. Mas também diz que cabe à lei federal defender o telespectador de programas que contrariem os seus princípios. Hoje em dia, há uma mobilização maior da população pelo fim do que podemos chamar de baixaria na tv como ações judiciais e ONGs que buscam melhorar a qualidade da programação. Mas ainda não há um debate intenso sobre esse assunto no Brasil.
Acreditamos que há uma linha limite para que o jornalismo mostre apenas o que pode ser mostrado. Como disse o psicanalista Jorge Forbes, que analisou a posição da imprensa no caso Eloá, “querer ver mais, querer ver além da cena, não significa mostrar mais verdade, isso pode até chegar a ser obsceno, há um exagero claro nisso”.
Por tudo isso, concluímos que a relação entre mídia e violência é muito delicada. Vivemos numa época extremamente violenta, e em uma mídia que não se equilibra, que fica, na maioria das vezes, caindo para o sensacionalismo do fato. Infelizmente, ao abrir o jornal, ligar o rádio, a televisão, ou até mesmo na internet, nota-se que a violência na mídia deixou de ser informação e tornou-se lucro.
Por Rafael Machado e Letícia Santos
e ae equipe do Terceira? blz?
ResponderExcluirtava vendo no twitter da @malira o link e resolvi passar pra coment. =)
ta lgal o blog de vcs, mas tem algumas coisinhas q eu n entendi... tp, as divisões. A malira faz ilustração, mas eu li um post dela (q ficou muito bom =)), a leticia faz fotografia, mas não vi nenhuma foto de autoria dela e este post é dela tbm... (muito bom tbm =))
outra coisa... cs pensaram em fazer dindin com ele? tem bastante visita.. só precisa de coments, ne?
no mais, supimpão!
bjsmetwitta
Olá pessoal!
ResponderExcluirMuito bom o blogs de vcs e muito bem lembrada relação entre mídia e violência!
Muito boa a discussão!
Visitem tbm o nosso rascunho: www.rascunhado.wordpress.com
A TV é uma instituição da iniciativa privada que assim como toda empresa, tem como objetivo final a lucratividade.
ResponderExcluirA violência na mídia televisiva, exagerada, sensacionalista ou não, assim como qualquer outro assuntio (Cultura, música, esportes, novelas e filmes) visam o alto índice de Ibope para valorizar seus espaços de publicidade e obter lucro..
Há muito tempo, se é que já houve esse tempo, a TV não preza pela qualidade da informação e sim pelo atrativo dos índices das pesquisas do Instituto Ibope.
A TV não é fonte de informação rica... isso é FATO..
Em relação ao insentivo à violencia, eu concordo comlpetamente com o texto..
Parabens
http://www.colunasdehercules.blogspot.com
eu acho que a mídia, quando não demonstra certa imparcialidade com o fato e apenas veicula o fato, ela exagera, dramatiza e alardeia, de uma forma geral. O uso de imagens fortes é abusivo e chega até a ser violento com o próprio público. Além disso, as notícias são repetidas várias e várias vezes, como se o objetivo fosse chocar, o que é absolutamente inaceitável.
ResponderExcluirótimo texto.